31 março, 2006

UMA ILHA, BANANAS E PONCHAS

Vou passar alguns dias na “Pérola do Atlântico”.

Adoro a Ilha da Madeira, um local onde tudo se move á minha velocidade. Um local onde não vale a pena correr, porque a ilha acaba ali mesmo.

Uma verdadeira Ilha, pedaço de terra rodeada por bananas e flores por todos os lados. Cascatas de vinho e lagos de ponchas em cada recanto.
Um paraíso para mim que sou abstémio, nunca bebo água. Tal como o capitão Adoc, (histórias do Tim Tim) também sou membro da Liga dos Marinheiros Anti Alcoólicos.

A ilha tem tudo:
- Sol, primavera todo o ano. Mar com água a 26 graus, vegetação exuberante, flores, flores e mais flores. Neve, por vezes também neva nos picos.

A gente da terra é simpática e afável, digam lá o que disserem; até o Alberto João… (este também não bebe)

A alimentação é uma maravilha:

- O Bolo do Caco, com manteiga de alho. As Espetadas, os “Filhétes” de Espada, as Castanhetas fritas, as Lapas… e a doçaria !? … o Bolo de Mel, a Malassada, com mel de cana, os rebuçados de funcho… ahii ahii !

Dos vinhos nem vos falo… que eu até nem bebo, mas tenho ouvido falar…
O Sercial (seco), o Verdelho (meio seco), o Boal (meio doce) e o Malvasia (doce). Todo coisitas leves, “auguitas” de 17, 18 graus, upa upa.

Mas do que eu gosto mesmo é da Poncha… meu Deus, passo o ano todo a sonhar com a minha ida anual, “bi-anual”, “tri-anual” à Madeira e ao Parque Natural do Ribeiro Frio, aos viveiros das trutas… eu disse TRUTAS, não sejam mal intencionados. Lá não há disso, seus mal educados… isso é… no estrangeiro, no ess trannn geeei ro, entendem?

Igual ou melhor do que o chocolate quente no Central em S. Pedro de Moel, só a Poncha do Victor’s Bar no Ribeiro Frio.

E a terra !?

Santana com as suas casinhas típicas… Porto Moniz, com as suas piscinas naturais, o Parque das Queimadas e a poncha!... não era isso, queria dizer as paisagens… as paiisaagenns, topas?!

Bem vou apanhar o avião, e vou tomar uma pon... água, que este post fez-me sede. Vou ver se aprendo a pôr música nisto, etc. etc. etc. … As fotografias virão depois.

Até breve, fiquem bem.

Uoolhe! Uma poncha por favor… é p’rá “rouqueidão”, faz muito “freio” lá no “contenente” e um homem fica assim… copoafónico. “Iste” faz-me bem.

O Besnico di Roma tem também outro blog ESCRITOS DE UM ANALFABETO

http://besnicodiroma.blog.pt/

27 março, 2006

AO SABOR DO VENTO


Hoje, lanço ao mar e à aventura este meu novo Blog, na esperança de que bons ventos o transportem até um porto seguro, de águas abrigadas, onde este velho marinheiro possa fundear em segurança e tranquilidade.
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Cansado desta longa viagem, onde por vezes enfrentei adversos ventos e alterosas vagas; quantas vezes roçando a quilha por perigosos baixios nos quais vi jeitos de naufragar, resta-me apenas a perspectiva, no final da viagem, entre um caneco e outro, o convívio com a família e os amigos, mesmo aqueles cujos rumos divergiram em busca de melhores ventos, até que uma maré me leve.
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Agradeço à minha heroica tripulação, Mulher, Filhos, Cunhados, Primos, Sogros e Pais e a tantos outros, que comigo partilharam amenas singraduras, ou, debaixo de temporais imensos, rizaram panos e espertaram cabos, bordejando altos promontórios da costa em bolinas cerradas e que nem por um minuto, nos seus quartos de vigia, por fadiga ou desalento, adormeceram ao leme. Verdadeiramente sois vós, os heróis desta viagem.
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À minha mulher (a Batatinha), deixo aqui um carinho muito especial.
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Naufrago, encontraste-me na praia, ferido, exausto, moribundo; recolheste-me, trataste de mim, não me perguntaste quem era, de onde vinha, nem para onde ia; apenas tiveste esperança que ficasse e por vezes talvez, em segredo, terás desejado que partisse... Nunca te enganas-te, nunca tiveste ilusões, nunca te enganei.
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Tudo o que fui, tudo o que sou, te devo a ti. Procuro retribuir, como posso, como sei, com carinho, com amor.
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Lá no fundo, sabias, sabes, presentes, sempre soubeste, que em rochosos baixios, em algum ponto da costa, numa escarpa sobranceira ao mar, existe a sombra, apenas a sombra, de uma sereia, daquelas figuras místicas que se crê fazerem perder os marinheiros e naufragar os navios.
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Por tudo isso, por não te saber amar mais, não peço que me perdoes, não tenho perdão, abandona-me apenas na praia onde me encontras-te.
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Eu, apenas espero cair adormecido junto ao meu barco varado na areia, ambos envelhecendo até que as ondas, numa qualquer maré grande, nos levem aos dois.
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