LINDAS DE MORRER
Gosto deste escrito, tirei-o do meu outro blog, não gosto nada desta palavra, blog !?...
Se ainda não tinham lido, podem ler agora, se já tinham lido, não leiam mais. Mas eu gosto dele e fica aqui. É o meu tributo a uma das obras mais belas da natureza, Elas, as mulheres.
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Não há nada mais belo e reconfortante para o meu espírito, do que o encanto de uma “Senhora Maior”, da minha idade, mais coisa menos coisa.
Nestas idades maduras, mais do que o sexo é o encanto, a sedução, a promessa que não passa disso mesmo. O belo, a suavidade elegante sem exuberâncias, o saber, a insinuação do tudo e do nada, o mistério… talvez por isso eu gostei tanto do filme “Perfume de Mulher”.
São lindas as meninas da minha idade – é vê-las na baixa de Lisboa, na pastelaria Versalhes, na Foz no Porto, no Bambi ou no Central em S. Pedro de Moel, na pastelaria Garrett no Estoril. Em todos os sítios que perfumam e alegram com a sua passagem.
São lindas; seguras de si, altivas sem arrogância. Naturais sem serem simplórias, com um quanto baste de vaidade, nem demais nem de menos, apenas a medida certa, o necessário e suficiente.
Elegantes, discretas… e os cabelos?!... Verdadeiras obras de arte, bem cuidados, bem penteados, algumas vezes propositadamente despenteados, apenas a fazer de conta, o que lhes empresta um ar amalucado, terrivelmente sedutor, um toque de desalinho que apenas aumenta o encanto.
São lindas as meninas da minha idade.
Deslocam-se, mas não andam, deslizam, sem tocar o chão.
Não falam, apenas murmuram poemas de marés e flores.
Olham sem olhar, e quando reparam em nós, reparam sem reparar.
Por vezes nos seus lábios formam-se sorrisos, sem chegarem a sorrir, apenas o suficiente para que adivinhemos que também podem sorrir.
Os seus olhos, enviam-nos mensagens, sem nos olhar… nada demais, apenas para sentirmos que também podem amar.
São lindas as meninas da minha idade.
Se consentem que percebamos que reparam em nós... que emoção, enche-nos o ego, parecemos colegiais:
- Ela reparou em mim!... é agradável, reconfortante, sentir que apesar de sermos uns “rapazolas mais antigos”, por uma ou outra vez, ainda despertamos a atenção de uma menina da nossa escola. É então que se renovam os instintos, a caça e o caçador. Quem é quem?!... não interessa, ninguém quer um troféu é apenas um jogo; o jogo da sedução.
Mais importante do que o sexo, é o jogo da sedução. O sexo é apenas o arrumar das cartas no final da partida.
Quantas vezes nalgumas julgamos reconhecer alguém. Quantas vezes como adolescentes, com o coração a bater, pensamos ter reconhecido esta ou aquela. Quantas vezes porém dizemos para nós próprios:
- Não pode ser, com aquela idade só se for filha…
São elas as meninas da minha idade que mantêm um homem vivo.
São lindas as meninas do meu tempo, são lindas as meninas da minha escola. Adoro-vos.
Obrigado por serem como são.
Passei-me. Isto não é coisa que um homem de respeito escreva. Que vergonha.
8 Comments:
Gostava de ser eternamente jovem!
o segredo de envelhecer com classe....
Obrigada pela visita, votarei de novo.
Não é coisa que homem de respeito escreva? E ao dizer isso não se demonstra que se é homem de respeito? *****
Muito bem conseguido, e não é vergonha nenhuma, era o que faltava! dei a ler á minha companheira que tem uns lindos quarenta anos que achou muito atraente este escrito. deixo-lhe um abraço...
Passou-se? Para o inimigo? rsrsrsrs,,, Como menina da sua idade gosyei muito dete texto que conhecia, mas o seu retoque despertou-me a atenção...
aaaaaaolhei para si..rsrsrsr,,,
Abraço
"Isto não é coisa que um homem de respeito escreva" (sic).
Pelo contrário. Está pleno de respeito, o teu texto. Gostei muito e creio que te percebo bem, apesar do hiato, e porque penso muito a questão da passagem do tempo sobre o ser humano.
Porém, lembrei-me disto: um destes dias, numa esplanada de Belém, assisti a uma menina "da tua idade" (posso roubar um "tu" sem ser dessa idade?;-) a falar ao telemóvel, ao que parecia com um amigo. Para além de indiciar uma vida social de alguma forma agitada e de deter o chame da sénioridade, a isso aliava ainda um riso aberto e esplendoroso, mas, mais que isso, sinais de existência de uma vida sexual (e esses são alguns, como tão bem saberás). E era vê-la, com o seu vestido de verão muito bem posto, de ombros desnudados, cabelo solto e bijuteria leve e informal (não muito clássica, portanto), sem que algo fosse desajustado na figura e na presença; como se fosse assim desde sempre, genuinamente elegante. Detive-me um pouco a prestar atenção, discretamente. Tinha muita vida. Não sei quem esperaria naquela mesa, naquela tarde (muito possivelmente ninguém, parecia-me estar bem a sós consigo mesma, lendo revistas), mas decerto que quem lá se sentasse estaria bem em sua presença.
E é curioso que esta "senhora maior" não seja, talvez, um espécimen exacto do selecto grupo a quem tão bem (mesmo bem!) prestas homenagem no teu post. E daí, talvez a possa integrar nele. Mas, ainda que a vejamos como uma excepção à maioria, também conta (para mim contou) e por isso a ti te conto.
Bem-hajas :-)
* senioridade (sem acento)
* algures no texto faltou-me a palavra "activa". Saberás onde encaixá-la:-)
(tenho que deixar de escrever em blogs depois de uma noitada de trabalho).
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